A divulgação do relatório sobre a mortalidade infantil, apresentando pelo UNICEF na última sexta-feira (13) em Nova Iorque, mostra que o Brasil é um dos países que têm conseguido reduzir de forma significativa a taxa de mortalidade na infância por meio de estratégias efetivas.
A taxa no país caiu 77% entre 1990 e 2012 graças a uma combinação de estratégias: a criação de um Sistema Único de Saúde com foco na atenção primária de saúde, melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido e esforços para prestar assistência à saúde no nível comunitário, melhoria das condições sanitárias, aumento do conhecimento das mães, promoção do aleitamento materno, expansão da imunização e criação de iniciativas de proteção social como o programa de transferência de renda Bolsa Família.
Grande parte dessas ações citadas no relatório como principais fatores de diminuição da mortalidade infantil compõe o trabalho da Pastoral da Criança.

O reconhecimento desse trabalho de defesa da vida das crianças é confirmado no artigo “Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios”, do professor Cesar G. Victora, da Universidade Federal de Pelotas (RS), e outros autores, que integra a série Saúde no Brasil, publicada online este mês pela revista The Lancet.
A saúde e a nutrição das crianças brasileiras melhoraram rapidamente a partir dos anos 1980, avalia o estudo. Além do crescimento econômico, urbanização, e evolução para o sistema de saúde único, contribuíram para elevar os indicadores nesta área os programas voltados para a saúde materna e nutrição infantil. A primeira Meta do Milênio (redução pela metade do número de crianças subnutridas entre 1990 e 2015) já foi alcançada. A Meta número quatro (redução de dois terços dos coeficientes de mortalidade de crianças menores de 5 anos) provavelmente será alcançada dentro de dois anos, preveem os autores.
De acordo com o artigo, entre mais de 50 programas e iniciativas para melhorar a saúde infantil, sua fonte de dados aponta que os melhores efeitos foram atribuídos “a programas específicos (promoção de imunização, amamentação e alojamento conjunto) e a melhorias no acesso aos cuidados preventivos e curativos de saúde, incluindo o SUS, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde e a Pastoral da Criança.”
Este é mais um reconhecimento ao trabalho promovido pela Pastoral da Criança e seus voluntários, frisa Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da entidade. Em sua missão de promover o desenvolvimento integral das crianças pobres, da concepção aos seis anos de idade, a Pastoral da Criança vem alcançado resultados concretos.
“A mortalidade infantil, entre as crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança, é de 9,5 óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos, muito abaixo da taxa nacional divulgada pelos órgãos oficiais”, observa Boufleur.
Para os países como o Brasil, cuja taxa da mortalidade na infância está abaixo de 20/1.000, o desafio agora é reduzir essa taxa nas populações mais vulneráveis.
Fonte: pastoraldacrianca.org.br